quinta-feira, 22 de outubro de 2009


Ouço vozes.
Vozes sem palavras,
Apenas vozes que não dizem nada.
Como se viessem de uma procissão
Como aquelas que deixam no chão;
as preces de multidões desesperadas

Ouço vozes.
Vozes com gritos;
sob o troar de pés aflitos
Ensurdecendo o silêncio dos Santos
Aquele cheiro úmido de poeira e pranto;
exalando da multidão dos esquecidos

Ouço vozes.
Vozes ás vezes longínquas
Gritando afirmações ambíguas;
sobre o risco de ser viciado...em Deus,
ou no Diabo, não importa!

Ainda assim, ouço vozes!
Vozes incertas;
saídas de mil bocas abertas
Expelindo a dor do "não ser nada"
Vozes resmungadas, pragas
deixadas á soleira de vidas desertas
tão desertas
Vozes desesperadas.

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